- Nas zonas urbanas da Turquia pode ser difícil prender os cães. A combinação da vacinação por meio de iscas com a vacinação parenteral foi eficaz para o aumento da taxa de cobertura vacinal.
Nas zonas urbanas da Turquia, é difícil dominar os cães para proceder à vacinação parenteral, sendo frequentemente necessária uma combinação de abordagens para controlar a raiva nestes locais. Na zona urbana de Kusadasi, foram realizados inquéritos domiciliares antes do início das campanhas de vacinação, a fim de determinar o número de cães com dono e a cobertura da vacinação, estimada em menos de 40%. Para a campanha, a zona foi subdividida em 8 seções e foi selecionada uma equipe de vacinação para cada seção. As equipes de vacinação eram também constituídas por pessoal universitário da Faculdade de Veterinária da Universidade Adnan Menderes, em Aydin, e incluíam um veterinário, um técnico de veterinária e dois estudantes. Foi também reunida uma equipe de coordenação e apoio, instalada num ponto central, para responder a quaisquer questões levantadas pelas equipes de vacinação e para lhes fornecer material adicional, se necessário. As equipes de vacinação visitavam as casas e vacinavam todos os cães encontrados. Se o cão (preso ou solto, com ou sem dono) pudesse ser segurado, era vacinado por via parenteral e o dono (quando presente) recebia um certificado de vacinação. Se o animal não pudesse ser imobilizado, recebia uma isca preparada no local: os recipientes da vacina eram colocados numa isca composta de carne picada misturada com migalhas de pão. Os recipientes descartáveis vazios eram recolhidos depois. A inclusão das estratégias de vacinação oral aumentou consideravelmente a taxa de cobertura da vacinação, sendo vacinados por esta via cerca de 25% dos cães. Durante estas campanhas, todavia, algumas dificuldades foram enfrentadas. Em primeiro lugar, os estudantes de veterinária só estavam disponíveis durante a semana e durante o dia, quando grande parte das pessoas estava trabalhando e os cães estavam fechados e inacessíveis para a vacinação. Em segundo lugar, na Turquia, os estudantes de veterinária têm em geral pouca experiência prática, em comparação com os vacinadores e os profissionais das autarquias encarregados da captura de cães, pois as operações de vacinação ou de captura geralmente exigem mais tempo e alguns cães podem se perder na abordagem. Esta questão é especialmente problemática nas zonas em que os cães são de difícil contenção, como nas zonas urbanas da Turquia. Em terceiro lugar, é necessário cobrir os custos de transporte e de alimentação. Apesar destes inconvenientes, e do fato da utilização de estudantes comprometer a rentabilidade das campanhas em certos meios, a participação de estudantes implica seguramente em vantagens sob o ponto de vista educativos e de representação. Para mais informações sobre este estudo de caso, ver Güzel et alii (1998).